O esvoaçar de bandeiras
Crítica mordaz me invade o espírito quando aparece um tal senhor secretário que do Estado recebe o ganha-pão por se entreter com os assuntos do mar. Dá a cara a desconcertante criatura para defender aquilo a que chama direito à vida, com a bandeira da moral desfraldada. Dá a cara na defesa da vigília ao barquito holandês, tão bem guardado pela eficiente marinha lusitana que tarde se ofereceu para reabastecer a embarcação. Para se manter à tona, rumou o navio para Vigo porque nesta terra não se aceita (nem se tolera! - era o que faltava!) a desordem e o perigo público que representa o reabastecimento de combustível e de mantimentos de semelhantes foras-da-lei. Foi o barco mas voltou lá para os lados dos mares internacionais de onde se avista a Figueira da qual um dia o senhor Santana Lopes desceu, rumando a Lisboa para deixar a capital em obras eternas, e de lá partir para o trono que as boas estrelas haviam dito "um dia será teu". Estavam certas as estrelas que não conseguiram avisar em tempo útil o iluminado primeiro-ministro da visita de uma delegação de atletas paralímpicos, convocados para a toca do enviado, a fim de receberem honrarias e sinceros desejos de boas idas defronte das câmaras de televisão que captaram a ausência de condições na entrada dos distintos convidados. A comitiva irá para Atenas, e, fazendo fé nas palavras do doutor Santana, quando regressar, com ouro e prata ao peito, já encontrarão rampas adequadas às dificuldades destes portugueses de plenos direitos, sem direito a arquitectura que lhes facilite a dura vida. Oh!, não digo que será pelas rodelas de ouro e de prata que as obras se realizarão. Será, talvez, pela televisão. É que pelos "aposentos" do Estado até se pode dar um jeito de forma célere, mas pelo país inteiro continuarão a existir as barreiras para os atletas que todos os deficientes têm de ser para conseguirem transpor as inúmeras ratoeiras quotidianas.
Desta toca apetece dizer: não admira que as desbotadas bandeiras que ainda resistem nas varandas nacionais chorem pingos verde-esperança e vermelho-sangue perante o tristonho espectáculo oferecido por este Portugal que, como as bandeiras que resistem, esvoaça ao sabor de ventos incertos nesta nau cada vez mais... descolorida.
Jacek Yerka
Desta toca apetece dizer: não admira que as desbotadas bandeiras que ainda resistem nas varandas nacionais chorem pingos verde-esperança e vermelho-sangue perante o tristonho espectáculo oferecido por este Portugal que, como as bandeiras que resistem, esvoaça ao sabor de ventos incertos nesta nau cada vez mais... descolorida.
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1 Comments:
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