Bendita ponte
Não há muito tempo - se a memória não me atraiçoa e os ouvidos não desmentem a lembrança - lembro-me de ter registado a importância vital de um país produtivo, muito trabalhador, a bem de todos nós. Hoje, a ponte mata um dia de trabalho nas tocas públicas, num descanso que prolonga o fim-de-semana. Bendita benesse concedida pelo governo que mais quer produzir, mas com olho atento às vontades do povo que, não nos esqueçamos, irá ser chamado às urnas para depositar a sua vontade, marcando cruz na cor política que concidere mais apta para dirigir os rumos da nação. Há, pois, que prevenir intenções que nos soberanos votos se expressarão. Queremos nós gozar de um dia de descanso entalado entre um domingo e uma terça? O bom governo não se esquece da doce “oferta”. Está nas nossas mãos (e na nossa memória) o desejo de [não(?)] retribuir.
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