18 - OBSCENO!
É obsceno, Sr. ministro, é obsceno. Não gagueje Sr. Bagão. E com tanta obscenidade que por aí há a gente tem de fechar os olhos para que outras trapaças não nos entrem pelos globos que picam de tanta areia atirada para as nossas pobres vistas de quem não recebe nem haveremos nunca de receber 18 mil euros de reforma. É obsceno e acontece e venha dizer-nos em tom de primário professor que o poleiro do Estado no que às finanças diz respeito é tratado como uma família portuguesa. Mas que género de família, senhor? Aquela família que fica mais de seis meses à mingua esperando pelo subsídio de desemprego, esse que fica preso nas incompatibilidades de programas de computador do seu anterior ministério? Aquela família que não ganha para comer? Ou aquela outra cuja cabeça de casal recebe gordos cheques por pouco tempo de serviço? Ah!, é pobrezinho o nosso Estadinho, coitadinho, que tem tanto por onde mandar apertar os nossos cintos que de tão furados há muito deixaram de o ser; são agora passadores, senhor, sem mais sítio onde se possa furar. Mas mais um se há-de arranjar porque o orçamento familiar da maioria nacional é assim: a contar os tostões para pagar as obscenidades que por aí pululam. O nosso orçamento vive assim. Estamos todos ansiosos por saber ao certo com que linhas se tecerão o orçamento da grande família Estado.
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