19.10.04


Olho para fora da toca, vejo a chuva e lembro-me delas. Elas que, dizem, também viram a chuva, em Paris. Longos dias de chuva que marcaram o reencontro das irmãs separadas do qual nasceu La Maison de Mon Rêve. Gosto do encanto que vai enchendo o dia cinzento. Gosto da simplicidade, da nudez, da guitarra acústica, da harpa que goteja sobre o rádio que marca a calma cadência do tempo. Gosto da chuva, dos pássaros, até dos ruídos que entram pela janela desta Maison. Gosto da tímida flauta. Gosto da emoção que certa vez quase me molhou os olhos, sei lá eu por que estranha partida da alma. Às vezes gosto de me sentir assim. Às vezes gosto de me anichar na toca, encolhido sob o mundo onírico e ficar a ouvi-las. A elas. CocoRosie.