Prosa Insana # 12
Queria que aqui estivesses. Queria que me visses assim: anichado a um canto, brutalmente atingindo pelo coice dessa besta chifruda, dessa insegurança rabuda que bufa mau génio. Dessa que nos paralisa, que morremos para a matar, que suamos para a estrangular, mas que sempre sobrevive nos recônditos ninhos mal construídos pela fraqueza em que ela, a besta segura em incutir insegurança, renasce de qualquer miúda cinza. Queria que me visses, sim. Para que compreendas. Para que te fortaleças. Para que nunca te deixes vergar. Para que nunca a tua recta coluna se liquefaça. Para que te vejas sempre hirto no espelho das tuas ambições. Para nunca te deixares vencer pelo desconforto da dúvida, das interrogações inconsequentes, dos quês sem porquês. Para que vejas que esta figura inerte, ao canto paralisada pela moleza em que a insegurança se compraz e com ares de carneiro mal morto entre a carneirada que pelo mesmo caminho se deixa levar, é carne a desprezar. Despreza-a tu!
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