Prosa Insana # 11
Examinando todos os teus recantos, toca, deparo-me com o teu vazio, assim, sem víveres, sem uma única semente dentro; e eu, no teu seio encolhido, sem governo, com uma aguadilha a querer assomar ao olhito triste. Pois é nesta altura que te digo: tenho tecto. E estou vivo. E então, toca, parto de novo por aí, combalido mas ainda morto por viver; perdido por me perder, mas com uma grande vontade: achar o que roer; lutar ainda por te manter, mantendo-me eu, com ganas de um dia poder sussurrar: desafogo, que, fogo!, há-de vir, e se nesta tarde não vier, que se foda!, que há-de a noite trazer presa com pressa de morrer!
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