Breve apontamento "National Geographic" I (versão alternativa)
No caminho pedregoso achou-se salva a cobra rastejante, pacientemente enrolada na manha de se fazer passar por morta. De tão esperta que se achava, até a fome fintou, ignorando o cheiro a rato que por ali passou em inopinadas correrias. O rato, apalhaçado e tresandando a gozo de tanto se passear à frente de tão temível inimigo - saindo da perigosa brincadeira com o focinho risonho e inteiro - desapareceu assim que lhe cheirou a verdadeiro perigo. Homem no caminho. Não foi ele, o homem, no engodo rasteiro, cujo olho cientifico rapidamente observou a esperteza do réptil fiteiro. Andava o homem científico à procura de uma farsa na natureza, para lhe enfiar nas tripas um chip inteiro. A modos que o fizeram, sem que a esperteza da cobra desmanchasse o seu encantado estado, nem mudasse a pele do seu teatro. Personagem morta, assim se quis parecer, mesmo quando a fina dor da seringa se espalhou pela carne, antes do bisturi lhe rasgar o ventre. Aí sim, de ventre já aberto despertou, com as entranhas em sangue e de bocarra aberta, de onde salivava (chorava?) veneno. Tarde de mais. Toda ela estava agarrada a uma sonolência que sobrevinha da droga metida na corrente sanguínea. Sem fantasias, dormia. Com método, era cosida. Acordou zonza e ignorante, desconhecendo que daquele segundo em diante, o homem seguiria o rasto de todo o seu indolente rastejar. Soube-se em que rio se banhava, em que covil dormia, enfim, informações de grande valia…
1 Comments:
"O rato, apalhaçado e tresandando a gozo de tanto se passear à frente de tão temível inimigo - saindo da perigosa brincadeira com o focinho risonho e inteiro - desapareceu assim que lhe cheirou a verdadeiro perigo."
Ainda bem, para a perenidade deste blog, que o meu amigo Rato se safou de tamanho perigo!
Uma boa noticia!
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