Já Roda
Discorreu aquela cabecinha mandar obrar grande cartaz, com a sua figura entre figuras que mal ou bem - mais mal que bem - por aqui governaram de laranja vestidos. Mas, pasmo!, estala a polémica: nem todos querem dar nas vistas, e muito menos serem vistos naquele quadro, ao lado de más figuras, para não aludir ao Sr. Cervantes e escrevinhar “triste figura”. Mandava o bom senso comunicar às pessoas retratadas uma autorização prévia para tão vistoso fim. Mas, assim parece, ao professor (logo a quem!) nada foi pedido. E não quer Cavaco certas misturas porque, ainda por cima, é homem de activa carreira universitária. Desculpa airosa, muito doce e pouco picante para aquilo que do ex-primeiro-ministro já lemos e ouvimos em relação a certa má malta que da política come pão que o povo amassou (e amassa, grande parte dele – o povo, provando do pão a dura côdea da pobreza).
E com aquela desculpa, fez o professor ouvir a sua incómoda voz, mostrando que não quer dar nas vistas, demarcando-se do pobre Santana, tão enjeitado pela família citrina, amarga, muito amarga, para com o precoce lutador que caminha cheio de facadas nas, ainda assim, largas costas. E por nisso falar… Também há por aí episódios de faca e alguidar, de novas traições, de novas confusões, de novos bate-boca entre os que querem saltar para o poder, essa chucha que nem todos os bebés sabem lamber. Confusões que todos varrem: da esquerda à direita, é um vê se te avias. Com tudo isto – e muito mais se espera, já cheira a campanha. Má campanha. E que não se leia nestas palavras gáudio e mesquinhez do género “vamos lá ver se tudo isto corre mal para poder escarnecer”. Longe disso! É triste e incomodado fico ao ver este continuado espectáculo, tanta insensatez, tanta ganância, tanta estupidez, tanto nada. E mesmo que por aqui se brinque, como em tantas outras ocasiões já aconteceu, é para não cair noutro ponto fraco luso: a tristeza do fado acomodado.
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